terça-feira, julho 27, 2010

Coluna do Caminha! você precisa conferir

http://www.stmt.com.br/colunadocaminha22.07.2010.htm

Privação ou privatização?

Finlândia, terra da gigante Nokia, e Suécia nos dão o exemplo de como um governo comprometido com seu povo pode agir na questão da privatização. Lá os serviços de internet são, como no Brasil, executados por empresas privadas. O Governo regula, normatiza e fiscaliza. Os governos de lá tornaram o acesso à internet de alta velocidade (banda larga) um direito fundamenteal de TODOS os cidadãos. Empresas operadoras do serviço tem até 2015 e 2020, respectivamente, para cumprir a decisão de suprir o serviço, com velocidade mínima de 100 Mbytes/seg, a 100% da população. Atualmente cerca de 40% dos finlandeses e suecos já dispõem de internet de alta velocidade. No Brasil são 5,5% apenas, atrás de Chile, Argentina e Uruguai aqui na América do Sul. O governo nada faz para enquadrar as operadoras que, além de cobrar quase 400 vezes mais caro, nadam impunes na prestação de um serviço de péssima qualidade e, sobretudo, excludente para a maioria. O problema se dá devido à falta de concorrência, falta de regras claras e alta carga de impostos, mas há um outro fator mais cruel. As operadoras, todas privadas, só querem saber do “filé mignon”. Bairros de capitais e cidades maiores cujo potencial de clientes é menor devido a baixa renda ou densidade de habitações não são brindados com o serviço. Eles simplesmente não existem. As operadoras, ávidas pelo lucro fácil, não disponibilizam os meios físicos (linhas telefônicas com cabos digitais). Em Florianópolis, por exemplo, a Oi (operadora de telefonia que detém uma espécie de monopólio no setor) nem se preocupa em substituir os antigos cabos analógicos por digitais. Dizem que está no planejamento futuro da empresa. Uma deslavada mentira. Não compensa! Ratones, Campeche e Rio Tavares, só para citar alguns bairros, esperam há mais de 5 anos a expansão e melhoramento da rede. O mesmo acontece em cidades como Blumenau, Joinville e São José, para ficar só em algumas. Na Finlândia, Suécia, Dinamarca e em outros países onde os cidadãos são iguais em deveres, mas especialmente em direitos, as empresas têm que disponibilizar o serviço a todos. Sem distinção econômica. Aqui, onde apenas os deveres dizem respeito aos cidadãos, temos que suportar este atraso tecnológico via privação de um serviço cada vez mais essencial.



TVs a cabo idem

O mesmo sucede com as operadoras de TV a cabo. Seus cabos digitais só existem onde houver uma densidade alta de residências que possam aderir. Voltando à Florianópolis, Jurerê Internacional, onde o poder aquisitivo da ampla maioria é alto, a NET TV a cabo (outro monopólio do setor) disponibiliza seus cabos a todos. Isto permite, por exemplo, banda larga via cabo de até 100 Mbytes. Já no vizinho Ratones a operadora nem se preocupa em expandir os cabos. Vale dizer: néca de pitibiriba para internet de alta velocidade e nada de TV a cabo. No Ratones, só via satélite.



Telefonia celular

Situação idêntica acontece com as opoeradoras de telefonia celular. São várias as áreas de sombra na ilha com completa ausência de sinal. Da mesma forma os espelhos refletores de sinal das torres contemplam apenas os bairros com grande densidade populacional O resto que se exploda. Privatização sem controle do governo é isso. Melhor seria chamar de privação.


Um absurdo

Muitos dirão: mas uma empresa que vise o lucro, nunca colocaria cabos digitais no Ratones, Vargem Grande, Vargem Pequena, Ribeirão ou Rio Tavares. É carne de pescoço! Isto é a lógica mercantilista selvagem. Querem o filé mignon? Comam também a carne de pescoço! A concessão é pública. E público é para todos. Cobram preços muitas vezes superiores aos países do hemisfério norte e, por falta de fiscalização e regras do governo, só ofertam o serviço para onde vão ter ampla adesão. Muito diferente daqueles países.