segunda-feira, julho 22, 2013

A neve que cai sobre a serra catarinense


publicado por Publicado em 22/07/13-14:46 por: Cláudio Costa.
http://ndonline.com.br/joinville/noticias/88801-pmrv-aplica-sal-nas-pistas-para-acelerar-degelo-de-neve-acumulada-na-serra.html
22/07/2013 | 10h12Atualizada em 22/07/2013 | 17h55

PMRv aplica sal nas pistas para acelerar degelo de neve acumulada na Serra

Motoristas que trafegam pela região devem redobrar o cuidado


neve que cai sobre a Serra catarinense nesta segunda-feira exige mais cautela do motorista que pretende pegar a estrada. A PMRv (Polícia Militar Rodoviária) monitora a SC-390, na Serra do Rio do Rastro; a SC-418, na Serra Dona Francisca; e a SC-114, entre Lages e São Joaquim. “Com a neve o gelo acumula na pista e aumenta os risco de derrapagem”, explica o policial rodoviário cabo Puerari, do Posto de Painel, que fica entre Bom Jardim da Serra e São Joaquim. Não está descartada a interrupção de pistas, principalmente na Serra do Rio do Rastro.

Flávio Tin/ND
Flávio Tin/ND
Não está descartada a interrupção de pistas, principalmente na Serra do Rio do Rastro


Uma equipe monitora as estradas depositando sal para evitar o congelamento da neve na pista. Ao total, a PMRv tem um estoque de dois mil quilos de sal para usar nas rodovias. Uma força tarefa foi montada para acompanhar as estradas até a manhã de quinta (25), quando as temperaturas deverão voltar ao normal.

"O sal acelera o degelo", informa Puerari. Ao entrar em contato com a neve, o sal faz com que o ponto de derretimento seja menor que 0°C. Uma solução com 10% de sal congela a -6ºC, e uma solução com 20% de sal congela a -16ºC. Em uma estrada, isso quer dizer que se você espalhar sal no gelo, você pode acelerar o degelo. 

21.07.2013 fez 56 anos da maior neve no Brasil


O céu estava escuro. O frio era insuportável. A neve começou as dez horas da manhã e se estendeu até as 18 sem parar. Foram sete horas ininterruptas de neve intensa. Anoiteceu. O espetáculo estava concluído na manhã do dia seguinte: tudo branco!


Começou assim o amanhecer do dia 20 de julho de 1957. No dia 21 o que era beleza virou preocupação. Galhos de pinheiros desabavam a todo momento fazendo um barulho estrondoso que vinha da mata. No centro de São Joaquim os habitantes começavam a perceber que estavam isolados com mais de um metro de neve acumulado por toda parte. Não podiam se deslocar para qualquer lugar.


Muitos telhados de casas começavam a rangir, não suportaram o peso no telhado e tudo foi abaixo, mas ninguém se feriu. A cidade ficou coberta por sete dias. No terceiro as forças armadas já lançavam dos aviões de guerra suprimentos e medicamentos próximo ao hospital, onde hoje está o novo Colégio São José.


Na foto, motoristas tentavam retornar do interior do município para o centro da cidade. Em vão, ficaram dias escavando na neve abrindo trilhas para que o jipe seguisse. O cenário depois que a neve derreteu era inacreditável. Milhares de pássaros mortos pelo caminho; também bois, cavalos e ovelhas.


No segundo dia os aviões da Força Aérea Brasileira traziam remédios e mantimentos e lançavam sobre um campo de futebol próximo a cidade. A região ficou isolada por cerca de sete dias.


Somente outra neve teve a dimensão daquela de 1957, foi em 1912. O então deputado estadual de São Joaquim, Enedino Batista Ribeiro, em seu livro de memórias, relata o mesmo impacto que a neve causou na cidade. A beleza e depois o pavor de ver tudo desabando em sua fazenda na localidade de São João de Pelotas, interior de São Joaquim.


Vidal Cândido, o Tio Vida, na época com 28 anos, lembra até hoje da tal neve. Na fazenda da família via galhos quebrando pela mata enquanto com o pai e irmãos corriam para salvar a criação em meio a densa neve. Hoje, aos 84 anos, acredita que pode ver o mesmo cenário daquele amanhecer de 21 de julho de 1957.


Amanhã chega uma nova frente fria. Será? (Foto Bampi)

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