terça-feira, janeiro 14, 2014

Histórico cervejeiro joinvilense


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James Klaus view more articles
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Segundo registros da história de Joinville, a primeira cervejaria da cidade – e do Brasil – surgiu em 1852, às margens do ribeirão Mathias, no atual centro da cidade. A segunda cerveja mais antiga é a Boehmia, produzida no estado do Rio de Janeiro e que iniciou a produção em 1853.

Por aqui, a Cervejaria Schmalz, do imigrante Albrecht Gabriel Schmalz, cervejeiro profissional da cidade de Nadau, na Suíça, foi trazida de navio para as terras tupiniquins. As águas cristalinas do ribeirão Mathias – localizado no atual centro da cidade de Joinville – eram perfeitas para fabricar cerveja, porém, apesar de possuir o maquinário necessário, não havia cevada na nova terra e seu cultivo era inviável devido às condições de clima e de solo.



Adaptação

Segundo o livro “Do Cantão para Joinville – a Saga da Família Schmalz”, do historiador Wilson Gelbcke, o suíço utilizou uma fórmula pré-colombiana do povo Inca, que utilizava o milho para produzir o malte. Segundo a obra, o malte era obtido do milho germinado em água quente e clareado em uma tina de madeira, para depois fermentar e maturar durante duas semanas.

A segunda cervejaria joinvilense, a Kuehne, surgiu seis anos depois, e em 1915 surgiu à cervejaria Tide, que em 1930 associou-se à outra fabricante criando a Cervejaria Catharinense comprada em 1948 pela Antarctica e deixando de ser uma cervejaria artesanal. A fábrica da Antarctica – atual Cidadela Cultural Antarctica – produziu até o ano de 1995, quando encerrou as atividades integrando-se a Ambev.



Cerveja atualmente

Joinville vem resgatando sua tradição de produtora. Prova disso são as cervejarias artesanais como a Opa Bier, fundada em 2006 e produtores artesanais caseiros, como a Monich Bier, Vieira Perez e Maruim, marcas premiadas em festivais locais e até nacionais.

A cerveja Vieira Perez é feita na panela e traz o sabor e aroma da escola belga mesclada com o tipo pilsener, mais clara e levemente amarga. A produção de aproximadamente 30 litros semanais é feita manualmente, inclusive a moagem dos grãos e o engarrafamento. A bebida já faz parte do serviço nos encontros de amigos do casal cervejeiro Mauro e Natasha, que garantem a degustação e debatem sobre o assunto. Algumas marcas joinvilenses tornam-se, aos poucos, tradicionais entre os produtores e apreciadores de cervejas artesanais.

Existe até um grupo virtual, é o do Instituto Joinvilense da Cerveja, com 100 cadastrados em Joinville e 150 no estado e onde o assunto é o líquido precioso. O instituto realiza concursos de cervejas, possibilita à troca de informações e cursos de fabricação artesanal, tudo com o objetivo a estimular os interessados a produzir sua própria bebida. Muitos seguiram por essa doutrina e os resultados são surpreendentes, garantem os cervejeiros e marcas como Maruin, Bier Bach, Graben Wasser, Land Haus, Monich Bier, entre outras já conquistaram a admiração dos apreciadores.

A Graben Wasser, por exemplo, já foi premiada em concurso nacional, onde o júri técnico é especializado e exigente. Nos concursos, a cerveja é analisada por sua qualidade e características, como aroma, sabor, consistência, apresentação engarrafada, nome, tipo de vasilhame e rótulo, enfim, até os ingredientes são considerados no resultado final. Mas o que os cervejeiros mais gostam de fazer, na realidade, é degustar seu produto e conhecer novas propostas.

Outro foco dos apreciadores é a possibilidade de harmonizações gastronômicas, que é a escolha da cerveja correta para acompanhamento culinário. Pratos como a feijoada harmonizam com cervejas estilo ‘rauchbier’, uma cerveja com sabor defumado. Já pratos mais apimentados pedem cerveja indian Pale Ale e no caso de massas, a boa pedida é uma ‘weissbier’, a cerveja de trigo. Joinville tem cerveja de boa qualidade? Tem, sim senhor!

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